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AOS 30... (Lya Luft)
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Aos 30 anos você não tem mais dúvidas de que tudo passa. De que o que não te mata, te fortalece.
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Percebe que tanto "para sempre" como "nunca mais" são tempos demais... tempo de que você não dispõe.
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Aprende que a felicidade absoluta é uma completa ilusão. Que o que você pode ter nessa vida são momentos felizes.
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Percebe que o tempo passa muito rápido. E que a infância é mesmo a melhor época da vida de todos nós.
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Observa que as coisas ruins são rapidamente esquecidas. Que as coisas boas logo viram saudades. E que saudade é uma coisa estranha, que dói e conforta ao mesmo tempo.
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Compreende que a vida não é fácil para ninguém. Que o jardim do vizinho nem sempre é mais florido do que o seu. Que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
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E que os grandes problemas da humanidade têm sido os mesmos desde o começo dos tempos.
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Aos 30 você percebe que ter de escolher a profissão com 17 é uma tremenda sacanagem. E que talvez você tenha escolhido errado. Aí você compreende que é melhor ser um pipoqueiro feliz do que um advogado triste. E que ninguém, a não ser você mesmo, é quem deve decidir isso.
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Aprende que fazer planos é necessário. Mas que imprescindível mesmo é viver cada dia de cada vez, sem se angustiar muito.
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Aos 30 você percebe que está velho demais para algumas coisas e novo demais para outras.
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Aprende a não julgar as pessoas pelas aparências. Porque nem tudo é o que parece ser. Na verdade, muitas coisas não são o que parecem ser.
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Aprende que sua primeira impressão das pessoas e dos acontecimentos costuma ser bem diferente da última. E que a normalidade é uma coisa extremamente subjetiva.
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Aos 30 você aprende que as respostas às suas perguntas sempre vêm... não quando você as quer, mas quando a vida acha que você as pode compreender.
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Aos 30 você começa a entender o que os poetas quiseram dizer com suas poesias. Ou então simplesmente entende que o que eles queriam dizer não era mesmo para ser entendido por qualquer um.
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Aos 30 você percebe que sua mãe tinha sempre razão. Dá graças a Deus por ela não ter deixado você pintar o cabelo desde os 15.
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Aprende que se você tomar sol no rosto sem se proteger, aos 35 vai mesmo aparentar 55.
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Aceita que não dá pra viver sem comer feijão, verdura e fruta. E que não dá pra comer um pacote de biscoito de chocolate todo de uma vez. Pelo menos não toda semana.
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Entende que é bem melhor você aprender a ser feliz com seus 4 centímetros a mais de quadril e com aqueles 2 kilos que não vão embora do que ficar se martirizando e se achando feia por causa disso.
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Comprova, depois de diversas experiências, que a felicidade que você sente na compra de uma bolsa ou de um sapato novo, é perecível e não dura mais do que 48 horas. E que, por isso mesmo, é melhor você gastar seu dinheiro com aquele creme que você achou caríssimo mas que vai te deixar feliz, sem plástica, depois dos 40.
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Aos 30 você já sabe, ou deveria saber, que não é porque você está no auge da sua vida que pode deixar de respeitar os mais velhos ou perder a paciência com os mais novos. Afinal, você já foi aborrescente e não vai demorar muito para virar um idoso.
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Aos 30 você entende as brigas dos seus pais. E deve aceitar que eles não são perfeitos.
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Percebe que seus avós e seus tios muito provavelmente dedicaram um amor sem medida a você nos seus primeiros anos de vida. E que, nem que seja só por isso, você deveria visitá-los com mais freqüência.
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Aos 30 anos você aprende que nada é mais importante do que a sua paz de espírito. Nada. Nem dinheiro. Nem amor. Nem paixão. Nem trabalho. E que poucas coisas, pouquíssimas mesmo, são melhores do que estar entre os seus numa tranqüila noite de sexta.
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Aos 30 você aprende que cantar é importantíssimo. Que sorrir é indispensável. Olhar a lua e as estrelas, imprescindível.
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Que analista e psicólogo não são coisas para gente doida, mas para gente que tenta não se perder de si mesma.
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Aprende que viajar é uma metáfora. Que viagens existem para te lembrar as infinitas possibilidades do mundo e da vida.
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Entende que a distância física não é nada diante da proximidade espiritual. Que você pode se sentir extremamente só no meio de uma multidão. Ou extremamente bem acompanhado num banho de mar solitário num fim de tarde.
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Aos 30 você já aprendeu muito, mas ainda há muito que aprender...
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