sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Livro Novo!

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Encerra-se mais um ano em sua vida...
Quando este ano começou, ele era todo seu.
Foi colocado em suas mãos...
Podia fazer dele o que quisesse...
Era como um Livro em Branco, e nele você podia ter um poema, um pesadelo uma blasfêmia, uma oração.

Podia...
Hoje não pode mais, já não é seu.
É um livro já escrito...
Concluído...

Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe
será lido, com todos os detalhes, e não poderá corrigi-lo.
Estará fora de seu alcance.
Portanto...

Antes que termine este ano, reflita, tome seu velho livro
e folheie com cuidado...
Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência;
Faça o exercício de ler a você mesmo.
Leia tudo...

Aprecie aquelas páginas de sua vida em que usou
seu melhor estilo.
Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito.
Não...
Não tentes arrancá-las.
Seria inútil...
Já estão escritas.

Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro que

será entregue.
Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu, e evitar repetir as ruins.
Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para
preencher, toda a imensa superfície do seu mundo.

Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije.

Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele e, a seguir, coloque-o nas mãos do Criador.
Não importa como esteja...
Ainda que tenha páginas negras, entregue e diga
apenas duas palavras: Obrigado e Perdão!!!

E, quando o novo ano chegar, lhe será entregue outro
livro, novo, limpo, branco, todo seu, no qual irá escrever
o que desejar...

FELIZ LIVRO NOVO !


(Recebido via e-mail - autoria desconhecida)

À todos, desejo um ano de plenas realizações e que o novo livro seja escrito especialmente com muita poesia... Feliz Ano Novo!!

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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tudo sobre você



* Tudo sobre você (Zélia Duncan)
Composição: John Ulhoa - Zélia Duncan

Queria descobrir
Em 24hs tudo que você adora
Tudo que te faz sorrir
E num fim de semana
Tudo que você mais ama
E no prazo de um mês
Tudo que você já fez
É tanta coisa que eu não sei
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você

E até saber de cor
No fim desse semestre
O que mais te apetece
O que te cai melhor
Enfim eu saberia
365 noites bastariam
Pra me explicar por que
Como isso foi acontecer
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você

Por que em tão pouco tempo
Faz tanto tempo que eu te queria


Ouça aqui

(* Para Ivan )
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Por que não é sempre Natal?

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Por que não é sempre Natal?

(* Autor Desconhecido)


Por que de repente é tão importante que

um só dia seja tão perfeito?

Por que é tão urgente que

os sentimentos sejam plenos, o coração transbordante

a bondade explícita, a alegria irretocável,

ao menos uma vez ao ano?

Por que desejamos o olhar mais puro,

as vozes mais lindas, a músicas mais perfeitas,

as luzes mais brilhantes,

ao menos uma vez ao ano?

Por que deixamos essa criança nascer

só uma vez ao ano

e nunca deixamos ela crescer

e ser um homem doce, milagroso e terno,

repleto de Luz, de Paz de Perfeita Harmonia,

em todos os dias do ano dentro de nós?

Por que essa criança, que renasce uma vez ao ano,

não chega a ensaiar os seus passinhos

dentro de nosso coração?

Por que não podemos vê-la, sempre,

derramar seu cristalino sorriso

limpando a nossa alma todos os dias do ano?

Por que não é sempre Natal?

(Recebido via e-mail)

Que o espírito natalino esteja presente todos os dias do ano e que consigamos, cada vez mais, sermos seres humanos melhores...

Feliz Natal!
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Sei...

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Sei...

Sei que vou estar
Sempre pensando em ti,
Procurando o teu olhar
Por todos os lugares por onde eu andar...

Meus dias não passarão mais em branco,
Meus poemas vão encontrar inspiração
Minha vida finalmente fará sentido
Meus sonhos renascerão...

Sei...

Sei que dentro de mim
Tudo se transformará
As estrelas vão brilhar
E as noites escuras vão clarear...

Junto de ti,
Será mais linda a estrada
Dias mais iluminados
Flores perfumadas!

Sei...

Sei que tudo isso acontecerá
Quando você, meu amor chegar!


(By Regina)
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domingo, 19 de dezembro de 2010

Informação é poder!

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Com as constantes mudanças ocorridas na sociedade e, conseqüentemente, o surgimento de novas tecnologias, tornou-se imprescindível, nos dias atuais, a necessidade de se buscar, cada vez mais, a informação. Estar atualizado sobre o que ocorre no contexto geral do mundo, constituiu-se indispensável.

O aparecimento de novas tecnologias modificou as relações na sociedade, possibilitando um amplo acesso à informação, permitindo ao cidadão estar a par de diversos assuntos como economia, política, cultura etc.

Este acesso à informação e, conseqüentemente, ao conhecimento, possibilitou ao cidadão a aquisição de ferramentas e instrumentos necessários para sua participação plena e ativa na sociedade, sobretudo, em áreas que afetam diretamente a sua vida, permitindo o esclarecimento e consciência de seus direitos, bem como a exigência de cumprimento dos seus deveres.

Com isto, o indivíduo abandonou o papel passivo que ocupava na sociedade e transformou-se num ser ativo e atuante, capaz, inclusive, de produzir conhecimento.

Sendo assim, há que se reconhecer que, num mundo extremamente competitivo e, muitas vezes, até cruel, estar informado é adentrar num mar de possibilidades que levará o indivíduo a evoluir e contribuir para uma sociedade mais consciente, justa e feliz.

Estar informado é ter o poder de transformar o mundo!
(By Regina)
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domingo, 12 de dezembro de 2010

Canção óbvia

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Canção óbvia

Escolhi a sombra desta árvore para
Repousar do muito que farei,
Enquanto espero por ti.
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Quem espera na pura espera
Vive um tempo de espera vã.
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Por isto, enquanto te espero
Trabalharei os campos e
Conversarei com os homens.
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Suarei meu corpo, que o sol queimará;
Minhas mãos ficarão calejadas;
Meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;
Meus ouvidos ouvirão mais;
Meus olhos verão o que antes não viam
Enquanto esperarei por ti.
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Não te esperarei na pura espera
Porque meu tempo de espera é um
Tempo de que fazer.
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Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,
Em voz baixa e precavidos:
É perigoso agir
É perigoso falar
É perigoso andar
É perigoso esperar, na forma em que esperas,
Porque esses recusam a alegria de tua chegada.
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Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,
Com palavras fáceis, que já chegaste,
Porque esses, ao anunciar-te ingenuamente,
Antes te denunciam.
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Estarei preparando a tua chegada
Como o jardineiro prepara o jardim
Para a rosa que se abrirá na primavera.
(Paulo Freire)
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O poeta e a Lua

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O Poeta e a Lua
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Em meio a um cristal de ecos
O poeta vai pela rua
Seus olhos verdes de éter
Abrem cavernas na lua.
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A lua volta de flanco
Eriçada de luxúria
O poeta, aloucado e branco
Palpa as nádegas da lua.
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Entre as esferas nitentes
Tremeluzem pelos fulvos
O poeta, de olhar dormente
Entreaberto o pente da lua.
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Em frouxos de luz e água
Palpita a ferida crua
O poeta todo se lava
De palidez e doçura.
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Ardente e desesperada
A lua vira em decúbito
A vinda lenta do espasmo
Aguça as pontas da lua.
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O poeta afaga-lhe os braços
E o ventre que se menstrua
A lua se curva em arco
Num delírio de volúpia.
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O gozo aumenta de súbito
Em frêmitos que perduram
A lua vira o outro quarto
E fica de frente, nua.
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O orgasmo desce do espaço
Desfeito em estrelas e nuvens
Nos ventos do mar perpassa
Um salso cheiro de lua
E a lua, no êxtase, cresce
Se dilata e alteia e estua
O poeta se deixa em prece
Ante a beleza da lua.
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Depois a lua adormece
E míngua e se apazigua...
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O poeta desaparece
Envolto em cantos e plumas
Enquanto a noite enlouquece
No seu claustro de ciúmes.
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(MORAES, Vinicius de. Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992)
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domingo, 5 de dezembro de 2010

Eu quero sempre mais

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Eu quero sempre mais - IRA!
Composição: Edgar Scandura

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A minha vida
Eu preciso mudar
Todo dia
Prá escapar
Da rotina
Dos meus desejos
Por seus beijos...
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E os meus sonhos
Eu procuro acordar
E perseguir meus sonhos..
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Mas a realidade
Que vem depois
Não é bem aquela
Que planejei...
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Eu quero sempre mais!
Eu quero sempre mais!
Eu espero sempre mais!
De ti!...
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Por isso hoje
Estou tão triste
Por que querer está
Tão longe de poder?...
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E quem eu quero
Está tão longe
Longe de mim...
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Longe de mim!
Longe de mim!
Longe de mim!...
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(Longe de mim!)
(Longe de mim!)
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Ouça
aqui!
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fragmentos...


"_ Não demores assim, que é exasperante. Tu decidiste partir. Então vai!"


Pois ela não queria que ele a visse chorar. Era uma flor muito orgulhosa!


(O pequeno príncipe)

domingo, 7 de novembro de 2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Se um dia eu for embora...

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- Se um dia eu for embora...

... deixe a janela aberta pra eu poder te visitar.

De noite...

... ou de dia.

Vestida de brisa...

... das ondas do mar...

... ou de estrelas.

- E eu venho te visitar nas cores do arco-íris...

... e estarei perto de você na solidão...

... e na alegria.

- E se você me regar com lembranças...

... um perfume de flores te acompanhará pelo caminho.

- Se um dia eu for embora venho te visitar...

... sempre. De muitas maneiras.


(Göbel, Anna. Se um dia eu for embora. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008)

(Artista plástica, ilustradora, professora e produtora cultural, Ana Göbel gosta de mover-se em âmbitos culturais diversos. Nascida na Espanha, criou-se entre Alemanha e Argentina, viajando desde criança por muitos países do mundo. Desde 1995 mora no Brasil.)

sábado, 9 de outubro de 2010

Me chama



Me chama (Lobão)
Composição: Lobão


Chove lá fora
E aqui tá tanto frio
Me dá vontade de saber...

Aonde está você?
Me telefona
Me Chama! Me Chama!
Me Chama!...

Nem sempre se vê
Lágrima no escuro
Lágrima no escuro
Lágrima!...

Tá tudo cinza sem você
Tá tão vazio
E a noite fica
Sem porque...

Aonde está você?
Me telefona
Me Chama! Me Chama!
Me Chama...

Nem sempre se vê!
Mágica no absurdo
Mágica no absurdo
Mágica!...

Nem sempre se vê!
Lágrima no escuro
Lágrima no escuro
Lágrima!...

Nem sempre se vê!
Mágica no absurdo
Mágica no absurdo
Mágica!...

Nem sempre se vê!
Lágrima no escuro
Lágrima no escuro
Lágrima!...

Ouça aqui
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domingo, 26 de setembro de 2010

Lua adversa




Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha


Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.


E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
(Cecília Meireles)
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Poética (I)


De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O oeste é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.

(MORAES, Vinícius de. Livro de Sonetos. 10.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Só hoje...


Só Hoje (Jota Quest)
Composição: Fernanda Mello e Rogério Flausino

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal...
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
(que te faça rir)

Hoje eu preciso te abraçar...
Sentir teu cheiro de roupa limpa...
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz!

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua!
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria...
Em estar vivo.

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar...
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia...
Que eu faço tudo errado sempre, sempre.

Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua!
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria...
Em estar vivo.

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar...
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia...
Que eu faço tudo errado sempre, sempre.

Hoje preciso de você...
Com qualquer humor, com qualquer sorriso!
Hoje só tua presença...
Vai me deixar feliz.
Só hoje!
Ouça aqui!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Salvação...




"Escrever é uma salvação... Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."


(Clarice Lispector)

domingo, 12 de setembro de 2010

Pra você eu digo sim!



Pra Você eu Digo Sim!

(Composição: Rita Lee)
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Se eu me apaixonar
Vê se não vai debochar
Da minha confusão
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Uma vez me apaixonei
E não foi o que pensei
Estou só desde então...
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Se eu me entregar total
Meu medo é
Você pensar que eu
Sou superficial
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Se eu não fizer amor
Assim sem mais
Se você brigar e for
Correndo atrás de alguém
Não vou suportar a dor de ver
Que eu perdi mais uma vez meu amor
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Mas se eu sentir que nós
Estamos juntos
Longe ou a sós no mundo e além
Pode crer que tudo bem
O amor só precisa de nós dois mais ninguém...
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Se você quiser ser meu namoradinho
E me der o seu carinho sem ter fim
Pra você eu digo sim
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Ouça aqui esta música na versão de Cídia e Dan
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sábado, 11 de setembro de 2010

O filho eterno



Uma das discussões maiores que envolvem o livro “O filho eterno”, de Cristóvão Tezza é quanto a sua classificação literária que se confunde em “romance” ou “autobiografia”.

Apesar de narrar sua própria história, o autor redige o texto em terceira pessoa, como se fosse assim, personagem de si próprio, narrado por outra pessoa.

Com uma franqueza, que às vezes, soa até muito cruel, Tezza revela com grande profundidade todas as suas angústias ao descobrir que seu filho é portador da síndrome de down.

Intercalando passagens de sua própria vida, o autor se mistura na tentativa de se encontrar, numa narrativa existencialista e reflexiva.

O livro é desprovido de sentimentalismo, no qual os críticos consideram ser piegas e, justamente por este motivo, conferem o grande mérito deste livro...

Uma questão interessante é que “O filho eterno” retrata o problema da síndrome de down pela visão masculina (aqui, no caso, do pai) que, muitas vezes é tida como sendo mais fria, porém, não menos desprovida de sentimento. Seria apenas um modo diferente de demonstrar o sentimento, ao contrário das mulheres, que geralmente são mais emocionais e possuem mais facilidade em demonstrá-lo...

O livro se torna especialmente emocionante da metade para o fim, quando o autor se rende e descobre que não pode mais viver sem a presença do filho que se torna, inclusive, seu grande companheiro na torcida fanática ao Clube Atlético Paranaense de futebol.

Algumas passagens do livro:

(...) “Há um início de preleção, quase religiosa, que ele, entontecido, não consegue ainda sintonizar senão em fragmentos da voz do pediatra:

- ... algumas características... sinais importantes... vamos descrever. Observem os olhos, que têm a prega nos cantos, e a pálpebra oblíqua... o dedo mindinho das mãos, arqueado para dentro... achatamento da parte posterior do crânio... a hipotonia muscular... a baixa implantação da orelha e... (...)

(...) Assim, em um átimo de segundo, em meio à maior vertigem de sua existência, a rigor a única que ele não teve tempo (e durante a vida inteira não terá) de domesticar numa representação literária, apreendeu a intensidade da expressão “para sempre” – a idéia de que algumas coisas são de fato irremediáveis, e o sentimento absoluto, mas óbvio, de que o tempo não tem retorno, algo que ele sempre se recusava a aceitar. Tudo pode ser recomeçado, mas agora não; tudo pode ser refeito, mas isso não; tudo pode voltar ao nada e se refazer, mas agora tudo é de uma solidez granítica e intransponível; o último limite, o da inocência, estava ultrapassado; (...)

(...) No momento em que enfim se volta para a cama, não há mais ninguém no quarto - só ele, a mulher, a criança no colo dela. Ele não consegue olhar para o filho. Sim - a alma ainda está cabeceando atrás de uma solução, já que não pode voltar cinco minutos no tempo. Mas ninguém está condenado a ser o que é, ele descobre, como quem vê a pedra filosofal: eu não preciso deste filho, ele chegou a pensar, e o pensamento como que foi deixando-o novamente em pé, ainda que ele avançasse passo a passo trôpego para a sombra. Eu também não preciso desta mulher, ele quase acrescenta, num diálogo mental sem interlocutor: como sempre, está sozinho. (...)

[Cristóvão Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina, em 1952, mas mudou-se para Curitiba ainda criança. É considerado um dos mais importantes autores da literatura brasileira contemporânea. Além de escritor, com mais de uma dezena de livros publicados, leciona na UFPR.

É autor, entre outros, de “Trapo”, “O Fantasma da infância”, “Aventuras provisórias”, “Breve espaço entre cor e sombra” (Prêmio Machado de Assis/Biblioteca Nacional de melhor romance de 1998) e “O fotógrafo” (Prêmios da Academia Brasileira de Letras e Bravo! De melhor romance do ano). “O filho eterno” foi escolhido o melhor livro do ano pelo Prêmio São Paulo de Literatura 2008. Conquistou ainda o Portugal Telecom, o Jabuti de melhor romance do ano, o prêmio da Associação de Críticos de Arte de São Paulo (melhor obra de ficção) e o Bravo! (livro do ano). A trajetória surpreendeu o próprio autor.]



Para quem quiser conferir:

Livro: O filho eterno
Autor: Cristóvão Tezza
Editora: Record – 222 páginas
Site: cristovaotezza.com.br

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Em algum lugar no tempo



Em algum lugar no tempo (Biquini Cavadão)
Composição: Álvaro, Bruno, Miguel, Coelho, Góes
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Não guarde mágoa de mim
Também não me esqueça
Talvez não saiba amar
Nem mesmo te mereça
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Como as ondas do mar
Sempre vão e vem
Nossos beijos de adeus
Na estação de trem
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Um gosto de lágrima no rosto
Palavras murmuradas
Que eu quase nem ouço
Que eu quase nem ouço...
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Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Em algum lugar
Ainda estamos juntos
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Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Prá sempre, prá sempre
Ficaremos juntos...
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Não tenha medo de mim
Não importa o que aconteça
Não me tire da sua vida
Nem desapareça
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Como as ondas do mar
Sempre vão e vem
Nossos beijos de adeus
Na estação de trem
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Um gosto de lágrima no rosto
Palavras murmuradas
Que eu quase nem ouço
Que eu quase nem ouço...
.
Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Em algum lugar
Ainda estamos juntos
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Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Prá sempre, prá sempre
Ficaremos juntos
Juntos...
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Em algum lugar no tempo
Nós ainda estamos juntos
Prá sempre, prá sempre
Ficaremos juntos
.

Não guarde mágoa de mim!

Ouça aqui!
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Poesia em flor!


Delírios na noite
Suspiros na madrugada
Sob a luz do luar
As canções que fazem sonhar...

Sob o signo da paixão
Todas as confissões...
Envolventes, alucinantes
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As mais secretas descobertas,
Profundas, profanas...
A entrega mais emocionante
Desejos incessantes
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Ao final,
A constatação,
Poesia em flor!
Amanheceu dentro de mim
O amor!

(By Regina)
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O que faz sentido?


E contemplava o céu em meio a um vendaval de pensamentos
O próprio vento se misturando com seus tormentos...
Será que as tristezas um dia cessam?
Os corações são tão diferentes
Às vezes, pode-se ouvir canções,
E não conseguir escutá-las;
Às vezes, pode-se ver estrelas,
E não conseguir enxergá-las...
Gostava de poder sentir a brisa acariciando seus cabelos,
Mergulhar fundo na mais gigante onda e abandonar ali todos os medos,
Confessar todos os segredos...
Gostava de voltar a sonhar,
Ser criança, ser flor, ser libélula, ser amor...
Ser verdadeiramente feliz, voltar a sorrir...


(By Regina)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Madrigal

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Madrigal

Tu já tinhas um nome,
e eu não sei se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.

Nos meus versos chamar-te-ei amor...

(Eugênio de Andrade)
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(Eugênio de Andrade - pseudônimo de José Fontinhas Rato, poeta português nascido na freguesia de Póvoa de Atalaia (Fundão) em 19 de Janeiro de 1923. Falecido em 13 de Junho de 2005, no Porto.)

sábado, 21 de agosto de 2010

Olhares e encontros...

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E... quando meu olhar cruzar com o teu...

... eu saberei!!!

Que finalmente te encontrei!

(By Regina)
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domingo, 15 de agosto de 2010

Canções de Rei

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Canções de Rei (Max Viana)
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Se eu fosse algum rei,
Fosse o teu Senhor
Eu proclamava a tua boca
Um reinado meu
O teu corpo nu, meu santuário
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Se eu fosse algum rei,
Teu imperador
Eu ordenava teu coração a gostar do meu
Cada dia teu, meu calendário...
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Inventava canções de rei,
Conquistava o teu amor,
Desobedeceria a lei,
Revelava quem eu sou
Te mostrava que só eu sei,
Onde tudo começou
Inventando canções de rei
Pra enfeitar o nosso amor...

Ouça aqui!
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sábado, 7 de agosto de 2010

Amor e poesia

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Amor e poesia (versão feminina)

E depois do amor,
Acordou sorrindo em meio a seus afagos,
E, num doce abraço
Pôde sentir toda a beleza
Daquele corpo nu
Intenso e viril
Por inteiro sobre o seu...

Recordações lhe vieram à mente...
Viu estrelas
Onde não havia céu...
Sentiu-se mulher,
Em toda sua plenitude,
Despudorada,
Não apenas desejada,
Mas principalmente amada!

Extasiou-se com a mais bela poesia
penetrando em suas entranhas,
Em sua alma, em seu corpo e em todo o seu ser...

E, na urgência louca de amar,
Num uníssono perfeito,
Regado novamente de amor e poesia
Fizeram um amor perfeito outra vez
Até o alvorecer...
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(By Regina)
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O trem da vida...

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“Há algum tempo, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma literatura extremamente interessante, quando bem interpretada.

Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros.

Quando nascemos entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco: nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível… mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.

Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. Outros encontrarão nessa viagem somente tristezas. Ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu assento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante o trajeto, atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles… só que, infelizmente, jamais, poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar.

Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas… porém, jamais, retornos. Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando, sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e provavelmente, precisaremos entender porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que não entenderá.

O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em que parada desceremos, muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.

Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades… acredito que sim. Mas separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo dolorido. Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste, mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que tinham quando embarcaram… e o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa…

Amigos, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.”
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(Desconheço autoria)
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Amor verdadeiro...

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O amor é uma doação e não uma exigência.
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Quem realmente ama, dá tudo e nada pede.
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Quem pede e exige da pessoa que diz amar demonstra que verdadeiramente não ama: ao contrário, revela o egoísmo em alto grau.
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Amar não é receber, é dar.
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Não é pedir, mas proporcionar felicidade desinteressadamente.
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O melhor exemplo do amor verdadeiro é o das mães, que sabem amar com renúncia.
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(Pastorino, C. Torres. MINUTOS DE SABEDORIA. Rio de Janeiro, Ed. Vozes Ltda, 1994)
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sábado, 31 de julho de 2010

Kira kira

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Kira Kira (Oda Kazumasa)
Composição: Oda Kazumasa
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Yura yura yura kokoro wa yureru
Kira kira kira toki wa kagayaiteru
Ima mou ichido yakusoku suru
Keshite kimi no koto o uragiranai
Tooku ni mieru sono yume o
Mada akiramanai de
Kanarazu soko made tsurete iku kara
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Tamerau sono kimochi mo
Subete kono te ni kawashite
Deaete yokatta to
Ieru hi ga kitto kuru
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Yura yura yura kokoro wa yureru
Kira kira kira toki wa kagayaiteru
Itsu no hi ni ka mata modoreru nara
Sono toki kaeritai kono basho e
Setsunai omoide wa futari kasanete yuku mono
Mata kuru kanashimi wa koete yuku mono
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Ima wa tada me no mae no kimi o dakishimete itai
Ashita no namida wa ashita nagaseba ii
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Kono ai wa doko mademo
Zutto tsuzuite iku kara
Ashita no futari ni mada minu kaze ga fuku
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Uh koushite ima ga sugite yuku nara
Mou kataru beki mono wa nai
Itsushika nemuri ni tsuita kimi o mitsumereba
Kirameku hoshi wa sora ni afureteru
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Ima wa tada me no mae no kimi o dakishimete itai
Ashita no namida wa ashita nagaseba ii
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Ima dakara dekiru koto
Sore o keshite wasurenai de
kono toki kono futari koko e wa modorenai
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Kono ai wa doko mademo
Zutto tsuzuite iku kara
Ashita no futari ni mada minu kaze ga fuku


Ouça aqui!
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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ama

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Ama a simplicidade;
Ama a ociosidade criativa;
Ama a vida, a beleza, a poesia;
Ama as coisas que dão alegria;
Ama a natureza e a reverência pela vida;
Ama os mistérios;
Ama a educação como fonte de esperança e transformação;
Ama todas as pessoas, mas com um carinho muito especial pelos alunos e professores;
Ama Deus, mas tem sérios problemas com o que as pessoas pensam e / ou dizem a Seu respeito;
Ama as crianças e filósofos - ambos têm algo em comum: fazer perguntas;
Ama, ama, ama, ama...
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(Rubem Alves)
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(Rubem Alves nasceu em 15/09/1933 em Boa Esperança, Minas Gerais. Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia, Psicanalista e professor emérito da Unicamp. Tem três filhos e cinco netas. Poeta, cronista do cotidiano, contador de histórias, um dos mais respeitados intelectuais do Brasil.)
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Invasão

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Vieste repentinamente, num momento de silêncio e desamor...
E, antes que eu me permitisse,
Já estava envolta em seus braços, enfeitiçada com seus abraços...
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Sem pedir licença, invadiste todos os meus sentidos,
Descobriste todos os meus segredos,
Alcançaste o meu querer,
Encheste-me de amor...
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Rompemos todas as regras,
Permitimos que o sentimento deixasse correr
Sem querer...
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E foi assim,
Desejando, mas nos condenando
Que acabamos descobrindo
Que não podemos mais viver
Um sem o outro
Eternamente,
Todos os dias,
A cada amanhecer...
(By Regina)
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segunda-feira, 19 de julho de 2010

"O gato malhado e a andorinha Sinhá" (Jorge Amado)

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O gato malhado e a andorinha Sinhá

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“(...) O Vento e a Manhã, o Papagaio, a Vaca Mocha, o Pato Branco, o Pombo e a Pomba, a Coruja, todos os habitantes da Floresta acompanharam o caso de amor impossível, igual a muitos que acontecem no mundo às vezes incompreensível dos meninos e das meninas, a que somente o amor dá forças e significado às coisas, nesta bela história inventada e escrita por Jorge Amado, o escritor que levou o nome do Brasil a todos os cantos do mundo.” (Antonio Olinto)
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Com esta apresentação, o livro “O gato malhado e a andorinha Sinhá”, dispensa quaisquer outros mais comentários, a não ser que você, querido(a) amigo(a), não seja chegado a uma bela e emocionante história de amor, mesmo que seja a história de um amor impossível entre um gato feio e uma adorável andorinha!
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Apesar de ser um livro direcionado ao público infanto-juvenil, sua leitura é indispensável aos adultos que curtem a pureza, a delicadeza e a poeticidade em seu estado mais pleno e encantador que somente Jorge Amado conseguia captar em sua essência.
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Encante-se com a maestria de sua escrita, no uso da metáfora e na beleza de sua poesia:
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“(...) Com um beijo, a Manhã apaga cada estrela enquanto prossegue a caminhada em direção ao horizonte. Semi-adormecida, bocejando, acontece-lhe esquecer algumas sem apagar. Ficam as pobres acesas na claridade, tentando inutilmente brilhar durante o dia, uma tristeza.(...)”
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“Este é um capítulo curto porque o Verão passou muito depressa com o seu sol ardente e suas noites plenas de estrelas. É sempre rápido o tempo da felicidade. O Tempo é um ser difícil. Quando queremos que ele se prolongue, seja demorado e lento, ele foge às pressas, nem se sente o correr das horas. Quando queremos que ele voe mais depressa que o pensamento, porque sofremos, porque vivemos um tempo mau, ele escoa moroso, longo é o desfilar das horas. Curto foi o tempo do Verão para o Gato e a Andorinha. Encheram-se com passeios vagabundos, com longas conversas à sombra das árvores, com sorrisos, com palavras murmuradas, com olhares tímidos, porém expressivos, com alguns arrufos também... (...)”
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Um livro que encantou-nos!! À mim, e ao meu pequeno sobrinho Thiti!! Recomendamos!!
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Jorge Amado
Companhia das letrinhas, 125 págs.
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(Obs.: Jorge Amado colheu essa história de amor de uma trova do poeta Estêvão da Escuna, que a costumava recitar no Mercado das Sete Portas, em Salvador, e a colocou no papel com o tom fabular dos contos infanto-juvenis em 1948, quando vivia em Paris. Não era uma história para ser publicada, mas um presente para o filho, João Jorge, que completava um ano de idade. Guardado entre as coisas do menino, o texto só foi reencontrado em 1976. João Jorge entregou então a narrativa a Carybé, que ilustrou as páginas datilografadas. Segundo palavras do próprio autor, em 1976, quando o livro foi editado: “O texto é editado como escrevi em Paris, há quase trinta anos. Se fosse bulir nele, teria de reestruturá-lo por completo, fazendo-o perder sua única qualidade: a de ter sido escrito simplesmente pelo prazer de escrevê-lo, sem nenhuma obrigação de público e de editor.”)
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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Céu de Santo Amaro

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Céu de Santo Amaro (Flávio Venturini)
Composição: Flávio Venturini / Caetano Veloso
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Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...
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Meu amor...
Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
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Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
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Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...
Veio a certeza de amar você...
Ouça aqui!
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domingo, 27 de junho de 2010

Com todos e com ninguém...

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Com todos e com ninguém
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Não encontrar o grande amor de sua vida é como sentir saudade de alguém que você não conhece.
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Sinto-me assim, muitas vezes. É como um vazio, sinto falta de alguém que está por vir e que nem mesmo sei se existe. Essa espécie de dor às vezes aumenta, às vezes diminui, mas está sempre presente.
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É triste não nos contentarmos com as várias formas de amor que nos rodeia. Não importa quantas pessoas conhecemos, quantos amigos temos, se temos uma família maravilhosa ao nosso lado e, no meu caso, os leitores... queremos um único amor em especial. Isso parece-me pequeno demais. Mas é assim que a maioria de nós é. Somos imperfeitos.
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Olha que interessante: nessas minhas idas e vindas à tv, acabei fazendo amizade com algumas pessoas conhecidas. Quando saio com eles, todos as reconhecem, vêm cumprimentá-las, bajulam, tiram fotos, ficam olhando e comentando. Mas depois de um tempo convivendo com elas, percebi que sentem o mesmo vazio que nós, porque sabem que, no fundo, muitos se aproximam para aparecer ou por interesse.
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No meu caso, muitos leitores me escrevem com distância, achando que tenho um milhão de contatos e amigos e que não terei tempo para eles, quando na verdade, se um deles me convidasse para tomar café na padaria, eu iria. E hoje, tenho certeza que muitos artistas e modelos que você vê por aí fariam o mesmo se as pessoas se aproximassem. Faça um teste você também (mas compre uma Ferrari antes - brincadeira, gente!) A solidão não escolhe as pessoas como um vírus, pois ela nasce dentro de cada um. Não importa você ser reconhecido pelo mundo inteiro. Importa, sim, sentir-se amado. Mas infelizmente, como já disse, somos tão egoístas e bobos que todo o amor do mundo não nos basta. Queremos mais. Queremos alguém em especial para amar (e que nos ame também). A mulher ou homem de nossa vida...
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(DAOLIO, Evandro Augusto. Ria da minha vida antes que eu volte a rir da sua. São Paulo: Arx, 2002)
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sábado, 26 de junho de 2010

Meu caro estranho...

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Meu caro estranho, nossa estranheza nos levou à cama
e seguimos nos desconhecendo


Não perguntei de onde vieram tuas cicatrizes
e não me perguntaste se eu já havia usado o cabelo mais curto


Simplesmente nos beijamos e dispensamos todos os porquês


Fui uma mulher qualquer e fostes mais um homem
E se esse descompromisso não merece ser chamado de amor

Ainda assim não carece ser desfeito e esquecido
meu caro estranho,


Mesmo nos amores não há nada muito além disso...

(Martha Medeiros)
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