Estava amando naquele instante, só o presente é válido. Não nos amarguremos com o que possa vir a acontecer, se é que vai acontecer. Tenho horror a planos, maquetes, neste lugar haverá uma praça, ali adiante uma avenida... Não haveria nada depois. E mesmo que houvesse seria tão diferente do que se sonhou que acabaria uma decepção ver o sonho realizado. O espontâneo pode ser o sinônimo do amor. Vejo o amor como uma flor que nasce e que morre em seguida porque tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro do livro, não existe coisa mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou.
(Lígia Fagundes Telles - Livro: Verão no aquário)
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