sábado, 21 de janeiro de 2012

Soneto de Fidelidade




De tudo ao meu amor serei atento




Antes, e com tal zelo, e sempre e tanto




Que mesmo em face do maior encanto




Dele se encante mais meu pensamento








Quero vivê-lo em cada vão momento




E em seu louvour hei de espalhar meu canto




E rir meu riso e derramar meu pranto




Ao seu pesar ou seu contentamento








E assim, quando mais tarde me procure




Quem sabe a morte, angústia de quem vive




Quem sabe a solidão, fim de quem ama








Eu possa me dizer do amor (que tive):




Que não seja imortal, posto que é chama




Mas que seja infinito enquanto dure.








(Vinícius de Moraes)




Nenhum comentário: