quinta-feira, 5 de maio de 2011

Velha anedota



Tertuliano, frívolo peralta,
Que foi um paspalhão desde fedelho,
Tipo incapaz de dar um bom conselho,

Lá um dia deixou de andar à malta,
E indo à casa do pai, honrado velho,
A sós na sala, em frente de um espelho,
À própria imagem disse em voz bem alta:

-Tertuliano, és um rapaz formoso!
És simpático, és rico, és talentoso!
Que mais no mundo se faz preciso?

Penetrando na sala, o pai sisudo
Que por trás da cortina ouvira tudo,
Severamente respondeu: - Juízo!

(Artur Azevedo - 1855 - São Luiz / 1908 - Rio de Janeiro)

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