sexta-feira, 12 de junho de 2009

Soneto do maior amor



.


Maior amor nem mais estranho existe



Que o meu, que não sossega a coisa amada



E quando a sente alegre, fica triste



E se a vê descontente, dá risada.



.



E que só fica em paz se lhe resiste



O amado coração, e que se agrada



Mais da eterna aventura em que persiste



Que de uma vida mal-aventurada.



.



Louco amor meu, que quando toca, fere



E quando fere vibra, mas prefere



Ferir a fenecer - e vive a esmo



.



Fiel à sua lei de cada instante



Desassombrado, doido, delirante



Numa paixão de tudo e de si mesmo.



.



(Vinícius de Moraes)


.

Um comentário:

Regina disse...

Alberto, meu querido e eterno amigo!! Que alegria poder dividir este espaço com você, seja muito bem-vindo!!

Quanto ao poema, que amor louco, meu Deus!! Louco e delicioso!!... Salve Vinícius de Moraes!

Um grande beijo!