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Ó cidade tão lírica e tão fria!
Mercenária, que importa - basta! importa
Que a noite, quando te repousas morta
Lenta e cruel te envolve uma agonia
Não te amo à luz plácida do dia
Amo-te quando a neblina te transporta
Nesse momento, amante, abres-me a porta
E eu te possuo nua e fugidia.
Sinto como a tua íris fosforeja
Entre um poema, um riso e uma cerveja
E que mal há se o lar onde se espera
Traz saudade de alguma Baviera
Se a poesia é tua, e em cada mesa
Há um pecador morrendo de beleza?
Vinícius de Moraes
(Dia 25 de janeiro de 1554 fundação da cidade de São Paulo. 458 anos! Parabéns!)